A Saúde do Trabalhador e a Gestão Estratégica de Pessoas

Wellington Maciel – Consultor em Recursos Humanos

As empresas de maior sucesso financeiro e de imagem são aquelas que propiciam ambiente de trabalho saudável, ou seja aquelas que  entregam aos seus colaboradores ações e programas que garantam satisfação às suas necessidades de desenvolvimento, qualidade de vida, remuneração, direitos legais, cidadania, pertencimento etc.

Não é coincidência que as melhores empresas para trabalhar no Brasil sejam também as mais lucrativas. Elas se preocupam em desenvolver pessoas não somente para elas mesmas, mas para o mundo. Seguem a visão de que empresa deve ser o melhor lugar para crescer e não só para trabalhar.

Essas empresas-referências tem em comum o cumprimento de um modelo de gestão semelhante, onde é criado um ambiente motivador, ou seja, onde é gerada uma atmosfera de satisfação sobre as necessidades de todos os profissionais. Há  programas e atividades claras e definidas sobre remuneração com participação nos resultados,  comunicação interna intensa, qualidade de vida, cumprimento das leis trabalhistas, benefícios que complementam o salário etc.

Esse modelo é conhecido como Gestão Estratégica de Pessoas, onde o resultado do negócio é alcançado por todos, e todos recebem parte desse resultado.

O ponto mais importante nesse modelo de gestão é a Qualidade de Vida do trabalhador. Aqui se encontram pontos afins e complementares, como tratamento da chefia, insalubridade e periculosidade controladas, respeito, diversidade e principalmente, SAÚDE, física e mental.

Assim, é impossível a uma organização alcançar sucesso no seu modelo de gestão se os seus colaboradores não estiverem em perfeitas condições de saúde.

Inúmeros estudos científicos comprovam a direta relação entre resultado do negócio e saúde do trabalhador. Ressalte-se que a saúde diz respeito, não só às condições físicas mas também à satisfação psicológica, e neste caso é necessário que exista o ambiente motivador falado acima.

O que eu venho percebendo como executivo e consultor de RH, nos últimos 30 anos, é que as empresas não se preocupam em mensurar o custo dos dias perdidos pela ausência dos seus funcionários. Em recente estudo, foi constatado que se um colaborador falta 4 dias em média por ano (justificadamente ou não), numa empresa com 1000 empregados, esse custo é superior a R$2 milhões por ano. Nessa indústria, 4000 dias de faltas por ano implicam nesse valor.

Nas empresas e associações de gerentes de RH onde circulo,  tenho recomendado que se dê foco a indicadores de desempenho relativos ao custo do absenteísmo em relação ao lucro da empresa. Cabe aqui se questionar os departamentos de RH e os diretores das organizações sobre a intensidade do foco que vem dando à questão.

Não há Gestão Estratégica se não houver indicadores de desempenho de RH, e por isso a reflexão sobre o tema deve ser permanente. Quantas empresas deixaram de existir pela falta de controles, ou melhor, pela falta de gestão moderna de recursos humanos? Não custa lembrar o que disse São Breda, em relação ao caminho do fracasso:

Não ensinar o que se sabe

Não praticar o que se ensina

Não perguntar o que se ignora

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